Olá colegas. E que tal falarmos aqui sobre quais as formas (referências) com que os treinadores da área do meio-fundo quantificam os principais parâmetros de da carga (intensidade, volume, intervalo) de uma sessão de treino específico (intervalado ou repetitivo). A ideia de escrever sobre este tema surge pelo facto de achar que nas acções de formação ou em artigos nos esforçamos por transmitir que métodos de treino existem, dar exemplos desses métodos, mas raramente transmitimos que referências se devem utilizar para alcançar uma quantificação da carga de treino mais ajustada ao atleta.
Por isso, gostaria de deixar aqui à vossa consideração e respondessem às diversas questões (respostas abertas) que abaixo serão colocadas:
1. Como quantificar a intensidade de uma sessão de treino específico? Que referências utilizar para alcançar a intensidade mais ajustada para um determinado atleta?
2. Como quantificar o intervalo (pausa entre cada repetições a realizar) numa sessão de treino específico? Que referências utilizar para alcançar a intensidade mais ajustada para um determinado atleta?
3. Como quantificar o volume (quantidade de repetições a realizar) numa sessão de treino específico? Que referências utilizar para alcançar a quantidade de repetições mais ajustada para um determinado atleta?
António Graça
Viva!
ResponderEliminarEste tema parece-me bastante interessante.
Também estou em acordo, quanto há falta de consenso existente na definição das cargas, principalmente em relação ao parâmetro da carga intensidade.
Penso que para responder a estas questões, seria necessário apresentar a(s) disciplina(s) praticadas pelo atleta. Corredor de 800m, 5000m ou 10000m.
ResponderEliminarOk, comecemos por 5.000m. A exigência desta prova é na base da Capacidade Aeróbia e Potência Aeróbia. Novamente a interrogação: em que base se deve quantificar o treino (intensidade) para este distância?
ResponderEliminarAntónio Graça
Bem. Vamos lá esmiuçar isto.
ResponderEliminarComo sabemos, a definição da intensidade deve ter como base os parâmetros fisiológicos do atleta (VO2 máx.; Lactato). Deste ponto de vista, a utilização do testes de terreno, como a VMA, são instrumentos essenciais para a definição da intensidade.
O ponto crítico, encontra-se em saber a que distância se refere a VMA.
Do ponto de vista prático, a definição da intensidade pode ser definida através do objectivo da época.
Por exemplo, o objectivo da época será 15'00, um treino específico de ritmo será 5x1000 (3'00/km).
Aguardo comentário para continuarmos a discussão.
Olá, de novo.
ResponderEliminarEstou parcialmente de acordo. Como treino de ritmo faria sentido. Mas se quisermos executar um treino em que cujo objectivo seria o treino da potência aeróbia, como tal o parâmetro de referência da intensidade poderia (e deveria) ser a VMA. E no tal ponto crítico que referes (identificação da distância que poderá ter referência com a VMA), certamente não seria o ritmo dos 5.000m. Para um atleta cujo recorde pessoal seja os 15.00 aos 5.000 m, certamente a VMA se identificará mais com os ritmo dos 3.000 m, ou menos. Se falássemos de um atleta de 5.000m ao nível do recorde, do mundo certamente os ritmo dos 5.000 m com referência da intensidade de treino estaria mais ajustado.
António Graça
Concordo. Já tínhamos comentado isso.
ResponderEliminarAgora abordando a questão do intervalo. Este parâmetro está directamente relacionado com a intensidade da carga. Por exemplo, no método intervalado extensivo longo, onde o sistema energético que se pretende trabalhar é a capacidade aeróbia, a intensidade é menor do que no método repetitivo longo, cujo o objectivo é optimizar a potência aeróbia.
Exemplos: Cap. Aeróbia: 6x1000m pausa:3-4'
Pot. Aeróbia: 3x1000m pausa:8-10'
Outra forma de definir o intervalo, será através da análise da frequência cardíaca (FC).
Exacto, estou de acordo com tudo. Agora outra vez a intensidade: tendo em conta que estamos de acordo em relação à referência para quantificar a intensidade da carga para o treino da potência aeróbia (através do método repetitivo longo e a VMA como referência),que referências para quantificar a intensidade para o T.Ext. Longo?
ResponderEliminarPoderia usar também como referência a VMA, mas desta forma: sabendo nós, que teoricamente o LAn se situa em torno dos 80-85% da VMA do atleta, este pode ser o parâmetro utilizado.
ResponderEliminarOu através da determinação da V4 e a partir daí extrapolar a intensidade. sendo este sempre próxima do máximo, ou seja, 85 a 100% da V4.
De uma forma prática, podemos utilizar outra solução. Como sabemos, a V4 está associada à velocidade alcançada em corridas dos 5 km, 10km. Para atleta de alto nível estará mais associada para provas de 15km ou superiores.
Estas poderiam ser algumas sugestões para determinar a intensidade para o treino Ext. Longo.
Mais uma vez, estou de acordo. Uma outra forma, quer para o treino da potência aeróbia quer para o treino da capacidade aeróbia, é fazer-se, a olhómetro, uma determianda percentagem do recorde pessoal do atleta. Aquilo que faço é percentagens do recorde pessoal do atleta, p.e., aos 1000 metros e fazer intensidades próximas do 85-90% para o treino da potência aeróbia (cerca de 3X) e para o treino da capacidade aeróbia 75-80% (5X a 10 de acordo com os objectivos e a intensidade que se escolha).
ResponderEliminarAntónio Graça
Estou de acordo com essa possibilidade.
ResponderEliminarConcluindo, todas estas possibilidades determinam intensidades semelhantes para o objectivo do treino, quer seja para cap. aeróbia, quer seja para a pot. aeróbia.
Que testes indiretos vc costuma usar p medir a capacidade aeróbia doa atleta?
ResponderEliminarOlá
ResponderEliminarExistem algumas formas de avaliar a resistência aeróbia de forma indirecta. Além de algumas em desuso como o teste de Conconi, pode medir-se a capacidade aeróbia com um teste de 45/60 minutos (esforço máximo) o que se aproximará muito da velocidade do limiar anaeróbio.
Quando à potência aeróbia, ou à velocidade a que se alcança a mesma, podemos utilizar o Teste de Pista da Universidade de Montreal que mede a Velocidade Máxima Aeróbia.
Espero ter ajudado.
António Graça